segunda-feira, 14 de março de 2016

Ana acaba de se virar

Preciso escrever sobre várias coisas novas que Ana vem fazendo, mas hoje ela fez uma em particular que me deixou super feliz! VIROU-SE! De bruços. A alguns dias ela começou a virar-se de lado e eu ia escrever aqui, mas pelo corre-corre deixei passar. Agora ela virou de bruços e eu tinha de vir contar! Felicidade define a mamãe!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

10 coisas indispensáveis para nós (Super indico)

 Sei que muitas mamães dizem que certos itens são dispensáveis ou supérfluos e que gastamos demais com enxoval e afins. Eu, particularmente, penso que todo gasto com nossos bebês é válido e ganhei alguns itens do enxoval. Inclusive fiquei muitíssimo feliz com os presentinhos. Então, resolvi fazer uma lista de coisas que eu ganhei e que são indispensáveis para nós, e que de fato usamos exaustivamente.

1 - Poltrona de Amamentação (com balanço)
Quando eu comprei a poltrona, não pensei que ela fosse ser tão útil. Confesso. Pensei que usaria nos primeiros dias e depois daria mamar em qualquer lugar. Ledo engano. Quando praticamos o aleitamento materno exclusivo e em livre demanda, e sobretudo quando passamos pelos picos de crescimento e saltos de desenvolvimento, todo o tempo que temos vai para a amamentação. Ter conforto nesse momento, evitando dor nos braços, dor na coluna e dor nas pernas, é de fundamental importância para o sucesso da amamentação. De bônus a nossa poltrona balança, então para colocar Ana para dormir eu não preciso levantar e ninar, basta balançar suavemente. Falando em sono e amamentação, vamos para o item dois.

2 - Almofada de Amamentação
Gente, quem teve a ideia de inventar essa almofada merece um prêmio! A almofada livra os seus braços de carregar o peso do bebê durante a amamentação, portanto reduz a dor nos braços e na coluna e também posso considerá-la um item de segurança. Motivo: nas madrugadas que acordamos sonolentas para amamentar o bebê, a almofada firma o neném em nossos braços e o protege de quedas. Vale a pena a aquisição.

3 - Banheira com Trocador
 Foi um dos primeiros itens que adquiri. Uma amiga até disse que era um dinheiro em vão, que ocupava espaço, que não era necessário. Ok. Decidi testar mesmo assim e... uso todos os dias! Para mim é um grande alívio para a coluna, coloco a água e retiro dentro do quarto mesmo, como não comprei aquela cômoda-trocador eu uso o trocador da banheira para trocar Ana, fazer massagem e secá-la no pós-banho. Valeu cada centavo. Comprei da Galzerano por suportar mais peso e por ter a estrutura toda em metal. Outro ponto favorável desse modelo é que o suporte para shampoo e toalha é preso de um lado a outro da banheira, desse modo não despenca.

4 - Kit Higiene
 Ana ganhou o kit higiene de minha super amiga Rebeca. Bom, é um item caro, mas que se você não quiser de MDF pode fazer com materiais mais simples ou até potes reciclados, bastando colar uma fita para decorar ou até pintar. Em nosso kit temos: um abajur (que coloquei luz azul fraquinha, que é a mais indicada para acender na madrugada sem despertar o sono do bebê), uma lixeira (ótima para jogar rapidinho a fraldinha recém tirada), um porta-fraldas (ajuda para que as fraldinhas fiquem pertinho, possibilitando não sair de perto do bebê enquanto ele está sobre o trocador), uma caixa farmacinha, uma bandeja (para organizar os itens que se seguem), três potes (P, M e G. No G coloco algodão, no M coloco cotonetes e no P coloco escova, pente, pomada, tesourinha), garrafa térmica (para armazenar água para trocar o bebê) e molhadeira (para molhar o algodão).

5 - Sling Wrap
 Bom, enquanto os bebês não andam chamamos eles de "bebês de colo". Pois! O Sling serve para dar colo com as mãos absolutamente livres. Posso ir ao mercadinho e comprar alguma coisinha pois estou com as mãos livres, posso dar uma arrumadinha na casa, posso ninar... na maioria das vezes que Ana está no sling ela dorme. Eu posso dizer no início achei que não ia dar certo, que nós não íamos nos adaptar, mas nos adaptamos tanto que hoje tenho dois slings. Um de malha de algodão (tradicional) e um de dry-fit (mais fresco e mais leve). Pode acreditar que é um ótimo investimento!

6 - Cadeirinha Vibratória
 Quando o bebê já fica mais tempo acordado, a partir de 1 mês de vida, você não precisa deixa-lo o tempo todo no berço. Estar perto das pessoas da casa é maravilhoso para o bebê e ele ama isso! Pense sempre que seu bebê não sabe ser alguém longe da mamãe. Nem sempre podemos dar o colinho, mas podemos fazer com que ficar em outros lugares seja algo prazeroso. A cadeirinha é esse lugar. Ana ama. Também é um alívio para o refluxo!!!

7 - Bebê Conforto
Ganhamos da titia Joneide o nosso bebê conforto. Bom, além de ser um item indispensável para o bebê desde a saída da maternidade, serve muito bem ao propósito de sentar o bebê, em casa. Eu tenho o modelo touring da Burigotto e gostamos bastante. Assim que chegamos da "maternidade" que eu precisava comer e Ana estava acordada, ou eu fazia as refeições com ela ao colo ou colocava no bebê conforto. Depois passei a pendurar brinquedos na alça e ela ficava olhando feliz. Acoplava o bebê conforto ao carrinho e balançava... ela dormia. Quando passou a pegar nos brinquedos eu pendurei mobiles da Fisher-Price e ela ama ficar brincando sentadinha. Tanto ama que ela queria dormir o tempo inteiro no bebê conforto... Isso é assunto para outro post, mas tive um belo trabalho para readaptar em outros locais. Vale muito a pena. 

8 - Mobile
 Ganhamos o nosso da nossa querida Tiane. Bom, quando eu ainda estava grávida procurei bastante por um mobile com preço realista. Vou dizer... muito difícil. Ou era muito barato e com aparência super estranha ou muito caro e eu olhava para os brinquedos e pensava que não valia aquela grana investida. O que eu fiz foi olhar tutoriais na internet de como fazer um mobile. Pedi ajuda a uma amiga que é excelente com artesanato e ela fez esse mobile lindo. Os materiais foram super simples: fita cetim, feltro, enchimento, canetinha, argola de acrílico e um aro bastidor. Ficou lindo! Ana ama muito! Brinca muito com as borboletas e florzinhas que, por serem leves, balançam quando o vento passa...   
9 - Kit Natura Mamãe e Bebê
Esse kit é maravilhoso! Ganhamos da vovó Lamar. Quando vamos a uma loja compra uma bolsa de bebê ela custa em torno de R$ 150,00 a R$200,00 e no máximo vêm com um trocador portátil. Enfim, essa bolsa da natura custa um pouco mais de R$200,00 mas ela vem com uma colônia, dois sabonetes em barra com saboneteira, shampoo, condicionador, óleo para massagem e limpeza e um talco em creme para as dobrinhas. A bolsa é ótima pois tem várias divisões e um excelente acabamento. Vale muitíssimo a pena!

10 - Travesseiro Anti-Refluxo
Todo bebê tem algum grau de refluxo! Antes de Ana nascer eu já comprei esse travesseiro e quando chegamos em casa eu coloquei debaixo do colchão. Para nós foi excelente. Ana nunca regurgitou dormindo, apesar de as vezes ter uma leve tosse. Recomendo a todas as mamães e se possível até mais alto do que o nosso.
 
Super Bônus
 
Babá eletrônica - Ganhamos a nossa da dinda Jonaide. O nosso modelo é com câmera da Motorola.
Antes de nos tornarmos mães pensamos que deixaremos o bebê no quarto dele tranquilamente, que é o melhor local para ele, que é mais seguro e blá, blá, blá. Quando o bebê nasce é tudo diferente e queremos ficar o mais próximo possível do bebê. A babá eletrônica permite que você tenha a certeza de que vai ouvir o bebê chorar e com câmera permite ver se ele está bem e direitinho no berço. Isso facilita que não fiquemos exaustas e levantando o tempo inteiro da cama para ir ao berço olhá-lo.

Berço Cercado Desmontável - Esse foi o papai que comprou! Para nós foi maravilhoso usar o bercinho em nosso quarto. Eu sempre pensei em fazer cama compartilhada quando Ana nascesse e no final da gestação passei a repudiar a ideia de desgrudar dela. Logo que chegamos da "maternidade" eu coloquei Ana no berço do quarto dela, mas organizei o desmontável para a noite. Foi uma das melhores coisas que fiz. O berço ficava aos pés da nossa cama e ao menor ruído podíamos nos sentar e olhá-la sentados. As vezes estava apenas dormindo, outras vezes pegávamos ela sentados mesmo. Eu dava mamar sentada em minha cama e punha ela novamente no bercinho. Também pensei que no terceiro mês, quando acabasse o período de extero-gestação, eu iria colocá-la no quartinho dela. Engano meu. Ela demandou ir antes desse tempo, com quase três meses. Mas voltando ao berço, logo, logo usaremos novamente como cercadinho.
 

Bomba Tira Leite - Essa parte de tirar leite foi tãaaaao complicada. Eu não imaginava que bombas diferentes poderiam dar resultados diferentes. Cada mulher se adapta a uma marca e um modelo diferente, entretanto é um item necessário, pois no período de apojatura (o momento de descida do leite no terceiro ou quarto dia) os seios doem muito e o bebê ainda não consegue sugar tudo.
Ganhei uma bem simples de êmbolo da Lolly e doía demais o processo. Peguei emprestada uma elétrica da MaternMilk e doía horrores e tirava pouquíssimo leite. Por fim ganhei de minha amiga Ivana a bomba da Philips Avent e é excelente. Super recomendo!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Voltando no tempo: Relato de Parto

Um parto não começa quando o bebê quer nascer. O parto começa com a gravidez.

Assim que descobri a gravidez (contarei isso em outro post) me senti a mulher mais feliz do mundo e ao mesmo tempo mais desesperada: o bebê "entrou" aí e vai ter que sair! E agora? Na época minha gineco era Dra. Delcina, uma senhora muito experiente, com quem eu dividia as minhas angustias de mãe de primeira viagem. Corri até ela e como sempre, muito gentil, me tranquilizou, disse que o parto era algo natural, fisiológico e que tudo iria correr bem. Me orientou a ler o livro "Parto sem dor" (que depois dei com carinho a minha professora de pilates) e "Nascido no Mar". Saí de lá bem mais tranquila e comprei os dois livros. "Parto sem dor" fala sobre uma serie de exercícios que podem ser feitos pela gestante com o intuito de fortalecer a musculatura responsável pela expulsão do bebê (a maior parte dos exercícios fazem arte do pilates). "Nascido no Mar" relata com muita singeleza o parto de Bapu que ocorreu no... mar!

Quando Yuri e eu pensávamos em parto sempre nos ocorreu o "normal". Mas eu tinha a ideia de: VAI ser normal. Yuri tinha a ideia de: SE tiver tudo bem, vai ser normal. Tivemos incontáveis discussões por causa disso, pois eu dizia para ele que se houvesse alguma intercorrência seria uma emergência ou coisa ruim e que eu não gostaria de mentalizar emergências, muito menos coisas ruins, mas que se tivesse de ser de outra forma, tudo bem... eu não entraria em DPP nem nada disso.

Bom, voltando a Dra. Delcina, ela nos disse que não fazia mais parto. Ela já era uma senhora e o esposo também idoso... enfim não seria viável sair de casa no meio da noite para me socorrer. Pedi a ela uma lista com médicos que fizessem o meu esperado PN. Marquei dois GO's. Um tinha uma data bem próxima para me atender e a outra, dra. Kátia Azevedo, tinha uma data distaaaante, mas mesmo assim deixei agendado.

O primeiro GO é um médico muito bom, atencioso, atendia o meu convênio, disse que fazia sim o PN, mas que cobrava a parte o parto, sendo PN ou cesárea. Fiquei sendo atendida por ele até +ou - o sexto mês de gestação, quando chegou a data da consulta com dra. Katia.

Vou voltar um pouco no tempo para falar da CPN da Mansão do Caminho. Logo no início da gravidez uma colega do meu esposo havia falado para ele sobre a casa de parto da Mansão do Caminho. Busquei na internet e achei uma boa ideia, mas não passou disso. Por acaso Yuri conversou com outra pessoa que também falou sobre a CPN. Aí eu pensei: coisa do destino! Liguei pra lá. Me informaram que duas vezes por mês ocorre uma roda em que uma enfermeira obstétrica explica sobre a fisiologia do parto, os critérios de admissão e o momento de ir para a "maternidade". Agendei e nós fomos! Já tinham tantas mulheres barrigudas e eu lá... com minha barriguinha minúscula... (risos) Me sentia até anormal. Participar do curso foi esclarecedor demais. Enquanto a maioria dos cursos de gestante fala sobre os procedimentos do hospital, como cuidar do RN, o que levar na mala e etc. O curso da CPN fala sobre o parto, como é o trabalho de parto, quais são as fases do parto, qual o momento de realmente ir ao hospital, o que fazer para melhorar a dor, mitos x verdades do parto, plano de parto e por aí vai... esse curso foi fundamental para que eu batesse o martelo de que um parto normal e se possível natural e mais ainda humanizado, era sim o que eu gostaria! Para fechar esse adendo, eu já tinha lido o livro Pediatria Radical que fala essencialmente sobre o bebê e faz parte da saúde do bebê o tão famoso... PARTO!

Voltando aos GO's! Meses se passaram e chegou a data da consulta com dra. Katia. Fui bem sincera com ela de que eu gostaria de um PN. Ela me disse que não cobraria a mais por isso e que atendia o convênio! Pimba! Gostei dela. Voltei ao primeiro médico e ele compreendeu minha decisão, me deu um encaminhamento muito respeitoso para dra. Katia e pronto. Nesse processo, fiz o plano de parto apresentei a dra. Katia e ela disse que respeitaria tudinho, mas que a parte do bebê deveria ser solicitada junto ao hospital de minha escolha. Vou falar um pouco sobre isso...

Assistindo os partos na internet e também ao filme "O renascimento do Parto" eu pensava muito na dor dos bebês que nasciam. Separação da mamãe no momento do nascimento, procedimentos desnecessários, ambiente frio... Eu tinha certeza que não gostaria que minha filha passasse por nada daquilo. Quem pariu em hospital me perdoe, não é por mal, isso é algo meu mesmo. Desde que meu pai faleceu eu tenho a imagem de que hospital é local de doença e não de "nascença" (trabalhei isso com a psicóloga inclusive) e eu só de pensar que minha filha nasceria, seria levada para longe de mim e que eu ficaria ali sozinha deitada... nossa! Me dava uma dor no estômago sem tamanho. Por esses motivos acima eu fui até a chefe da pediatria do hospital que escolhemos e apresentei meu plano de parto. ela me disse que nem tudo ali era realista, mas foi amável e me explicou os motivos. Saí de lá inclusive com uma pulga atrás da orelha e com medo de algo dar errado no momento do nascimento. Acho que os médicos estão tão habituados a trabalhar com problemas que fica difícil imaginar que as coisas possam ser positivas. Por fim encontrei na internet um obstetra positivo: Leboyer. Ler sobre ele e assistir vídeos dos partos dele foi muito legal para perceber que a vida pode ser mais sorridente, até para os médicos.

Gostaria de falar que o Pilates foi muito importante para mim no parto. A respiração ensinada nas aulas foi de fundamental importância para o controle da dor. Se chama respiração diafragmal e não é difícil, mas ajuda muito. No curso do casal grávido também nos ensinaram. Nada de respirar cachorrinho, como nos filmes! (risos)

Plano de parto pronto. GO legal, conversa com o hospital, malas prontas... OK.
Com 36 semanas as coisas estavam tensas. Eu só pensava que o dia estava próximo e queria que a minha bebê esperasse o máximo possível dentro de mim pois queria muito concluir alguns objetivos profissionais e deixar o pessoal todo preparado para ficar em casa com ela todo o período de licença  maternidade. Com 37 semanas eu já tinha concluído os objetivos profissionais e sair de casa já era cansativo com aquela barriga gigante, mas eu ainda trabalhava nos três locais.

 Um belo dia, estávamos na cozinha, conversando alegremente e de repente eu fiz xixi. Simples assim! Do nada. Assim mesmo. Yuri entrou em pânico, ligou para a obstetra e disse que achava que a bolsa tinha rompido, mas que eu achava que era xixi. Eu pensava: não pode ser, não pode ser, ela só tem 37 semanas... não pode... eu ainda não fiz tudo que eu tenho de fazer... não pode... Mas aí a médica pediu para que eu fizesse um teste simples. Colocasse um absorvente e observasse. Se saísse líquido com cheiro de água sanitária ou sêmen era o líquido amniótico. Se não, era xixi. E assim fizemos. Nos dias que se seguiram usei absorvente todos os dias, com medo de fazer xixi na rua. Nessa mesma semana eu fui até a CPN e fiz a consulta de perfil. Essa consulta foi para saber se eu poderia parir lá ou não... SIM!!! Fui aceita! Eu tinha o perfil!!! 

Com 38 semanas e 2 dias, mais precisamente dia 03 de novembro de 2015, eu entreguei meu atestado de início de LM. Para mim já estava cansativo, a conta. Nesta terça-feira eu decidi organizar tudo da minha vida pessoal: banco, pilates, psicóloga, enfim... todas as pontas soltas seriam amarradas. Saí de casa pela manhã junto com Yuri tendo contrações de treinamento. A psicóloga não pôde ir à sessão, a  professora do pilates me dispensou. ao final do dia eu havia contado 54 contrações de treinamento, poucas com um pouco de dor, a maioria sem dor alguma. Acredite você que, após um da cansativo na rua, quando cheguei em casa só pensava em limpar a casa. Pedi ao meu vizinho que me ajudasse e levasse de carro Sayuri (minha cadela) para a casa de minha mãe, e assim fizemos. (Detalhe: a DPP do meu bebê era dia 15 de novembro.) De volta para casa quando Yuri chegou eu pedi a ele que me ajudasse a limpar a casa. Coitado! Cansado de trabalhar o dia todo teve que me ajudar a limpar a casa TODA! Fomos dormir tranquilos.

Com 38 semanas e 3 dias (quinta-feira) passei o dia tranquila, praticando o "deboísmo", "hakuna matata" e etc. A noite Yuri chegou e trouxe material para fazer hambúrgueres enormes. HAHAHAHA. Comemos como se não houvesse amanhã. Fomos deitar, como de costume, lá pelas 21:30... conversamos até as 22:00 e dormimos. As 23:30... SURPRESA!!!

Acordei 23:30 com cólicas fortes e líquido saindo de mim. Chamei Yuri e disse: "Amor, fique calmo.Quero que você levante e pegue a minha tolha. Acho que minha bolsa estourou." Ele levantou, pegou a minha toalha e coloquei entre as pernas para ver a cor e o cheiro do líquido: comprovado! Cheiro de água sanitária, era líquido amniótico. Yuri, tadinho, começou a entrar em desespero, ficar feliz e emocionado tudo junto, ou seja, não sabia o que fazer.

Tomei banho com as cólicas (contrações) fracas e sem ritmo. Eu já tinha baixado um contador de contrações e eram uma a cada 10 minutos. Cortei as unhas, tirei o esmalte, organizei as coisas de casa que precisava... Enquanto isso, Yuri deixou nosso vizinho, que nos levaria para a "maternidade", de sobreaviso. Yuri me perguntou se deveria ligar para dra. Kátia e para onde eu gostaria de ir. Pedi que ele ligasse para a casa de parto para saber se havia vaga... Tinha.









Tomei então uma decisão difícil: ligar para minha GO, que por sinal eu gostava demais, e fazer o parto normal hospitalar ou ir para a CPN e ter um parto normal, natural, humanizado? Era uma dúvida bastante cruel, pois eu gostava de dra. Kátia, mas não gostava de clima hospitalar. Por outro lado eu queria a CPN, mas tinha medo de alguma intercorrência. Resolvi deixar Deus no controle e saímos mais ou menos 1:30 de casa, com contrações a cada 5 minutos. Chegamos na casa de parto fui atendida pela enfermeira obstétrica e eu já estava com 3 contrações a cada 10 minutos, entretanto estava só com 1 cm de dilatação, colo grosso e bebe alto. Inicialmente ela me mandaria para casa, para que eu voltasse pela manhã, mas tendo em vista que eu morava em Lauro de Freitas e não tinha carro, eu não estava disposta a voltar. Pensava: volto pra casa? vou logo pra outro hospital? Fico lá fora passeando pra aumentar a dilatação?

Por fim, por a casa estar vazia e terem vários quartos disponíveis, eles me acolheram em um quarto onde pude tomar banho, fazer exercícios na bola de pilates, andar na varanda, enfim... Prometeram que voltariam as 4:30 para reavaliar a dilatação. Passei então a madrugada batendo papo com Yuri entre as contrações e ele, angustiado, fazendo massagem em minhas costas para o alívio da minha dor. Vomitei de dor duas vezes... Quero falar um pouco sobre a dor... A dor do parto, para mim, foi uma dor de cólica misturada com dor de coluna. Quando eu ainda não tinha parido imaginava a dor do parto como a dor de ser aberta em dois pela cabeça do bebê. Não é assim. A dor é a nossa aliada para que o bebê possa sair. Não é a dor da morte, não é a pior dor do mundo. É uma dor de vida, ela anuncia a chegada do nosso bebê.

Lá na CPN eles não dão analgesia, não fazem episiotomia de rotina, não te dão ocitocina. Você pode desistir de parir lá e se quiser ir para um hospital para tomar a analgesia, tudo bem, entretanto só no período que for seguro para vc e para o bebê. Confesso que pensei nisso algumas vezes, mas graças a Deus não fiz. As 3:30 da manhã as contrações já estavam com dores insuportáveis e eu já estava na partolândia... (louquinha, pensando em ir embora, desistir do PNH, tratando o marido mal).

4:00 eu pedi a ele que fosse chamar alguém pra medir minha dilatação. Veio uma enfermeira anjo de luz. Luciana. Ela me olhou e foi medir minha dilatação. Pra minha surpresa e dela tbm o bebê já estava pertinho, a um dedo de nascer. Eu estava numa poltrona, ainda com roupas de casa, e comecei a fazer força, ali mesmo. Ela me orientou a mudar de roupa e de lugar... Ir pras barras de pilates ou escolher um local pra ficar de pé ou agachada. Fui pras barras, pra banqueta, pra a ponta de cama e não me senti confortável. Subi na cama e fiquei de joelhos, segurando na cabeceira. Ela falava comigo para que eu me concentrasse na dor e respirasse direito. As palavras dela eram como bálsamo... aliviavam a minha dor. Quando Ana coroou ela e Yuri falaram para eu colocar a mão e fazer carinho nos cabelos dela... no primeiro momento eu não queria, mas logo em seguida toquei os cabelinhos da minha florzinha e foi muito bom saber que ela já já estaria em meus braços... Minha filha nasceu assim... cercada do nosso amor. Meu marido foi a primeira pessoa que pegou nela e eu a segunda. Tinha uma circular de cordão que a enfermeira e meu marido desfizeram. A dor acabou tão logo que ela nasceu. Peguei ela no colo e meu marido veio pro nosso lado. Aguardamos uns 20 minutos o cordão parar de pulsar dizendo o quanto ela é amada e querida. O pai cortou o cordão. Minha filha recebeu a injeção de vitamina k e colirio em meus braços, mamando. Não chorou. Seu primeiro choro foi quando saiu dos meus braços, tomando a vacina de hep B e pesando. Nasceu linda, às 5:10, com 3,345kg e 47 cm. Desde então não nos separamos. O parto de verdade vem agora: na volta ao trabalho.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pensando na volta ao trabalho

Ai... Sentada aqui na poltrona de amamentação, com Ana grudada em meu seio, passando pela crise dos 3 meses, fico imaginando o tamanho do buraco que está se formando em meu coração. Já já é hora de voltar ao trabalho e me dou conta de que Ana nunca ficou longe de mim. Acho que o mais longe que ficamos uma da outra foi no dia em que fui jogar o lixo e ela ficou dormindo. Para quem não sabe, tivemos um parto na casa de parto da Mansão do Caminho e lá cada quarto é PPP (Pré, Parto e Pós). Isso quer dizer que ela não saiu de perto de mim para nada, nadinha... Eu acho que me apeguei a ela... O sorriso constante, ao ritmo da respiração, a maciez da pele, ao cheirinho inesquecível. Eu nem sei se ela vai chorar quando eu voltar ao trabalho, mas eu vou chorar. Vou chorar rios, vou pedir para o tempo correr, vou pegar mil ônibus para voltar logo... Vou sentir saudades. Ela também vai. Mas eu quero admitir que esse processo vai ser doloroso para nós duas. Por que não? Mas, as vezes, as coisas dolorosas são necessárias. Meu trabalho garante segurança financeira à nossa família, garante o plano de saúde que Ana precisa, garante que possamos viver com dignidade. Isso é bom pra nós todos, então será bom pra ela indiretamente e para mim também. Espero apenas que possamos superar isso juntas, rápida e satisfatoriamente.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Ana e a cadeirinha

Hoje Ana puxou hoje a cordinha da cadeirinha da Fisher price 3420 vezes. (mentira! Não poderiam ser tantas, mas foi quase, rsrs) Gente... Foram vezes suficiente para que a musiquinha ficasse em minha cabeça.
Hoje a dinda também veio aqui e Ana amou. Sorriu horrores. A dinda trouxe pra ela três roupinhas super lindas dos EUA. Uma roupinha tem estampa de oncinha rosa, outra tem uma calça com um cupcake no bumbum e um vestido branco lindíssimo.
Bom, Ana dormiu e eu vou almoçar um frango xadrez que marido fez. Servidos?

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ana e as peripécias


Ana a cada dia me surpreende mais com suas peripécias. Está agora se virando no trocador para alcançar a toalha pendurada (temos que ter sempre muito cuidado com o trocador, pois qualquer descuido é queda na certa). Hoje também conseguiu sair do ninho que faço para ela dormir e deu super risadinhas quando conversamos com ela a respeito. Também está tentando virar no bebê conforto e eu, por segurança, vou tirar ele do carrinho para que ela use apenas o carrinho. Vamos ver como se adapta.
Essa noite ela acordou duas vezes e na segunda demorou um pouco a dormir, mas conseguimos.
Agora está dormindo como um anjo e eu também dormirei.


Ahh!!! Encontrei esse texto no blog "Mais uma mãe" e achei lindo!


Carta de um bebê mimado. (Eu só não concordo com o termo mimado, pois nossa sociedade usa esse termo de modo pejorativo. Eu chamaria de Carta de um bebê amado.)


Hoje quando acordei, acordei feliz... Eu estava na cama com a mamãe, sempre vou pra cama dela depois que o papai vai trabalhar.

Amo acordar do ladinho dela.

Ela me deu mama, e me trocou... Então fomos para cozinha, gosto de ficar perto da mamãe o tempo todo. Sou muito novo pra ficar na frente da TV sozinho, assistindo desenhos que não falam comigo e nem olham pra mim.

Enquanto mamãe lava a louça e faz comida, ela canta, dança, e conversa comigo, e não tenho motivos para chorar pois ela me dá toda sua atenção.

Cada momento aprendo mais, mamãe me dá brinquedos coloridos, acho eles lindos e divertidos.
Quando fico cansado, eu choro para mamãe me pegar no colo e fazer eu dormir mais um pouco. Amo o calor dos braços dela por isso durmo mais rápido do que em uma cadeirinha de balanço.

Ainda não ando, não falo, mas mamãe sabe sempre o que eu quero.
Ela não liga quando falam que ficarei mimado. Sou tão pequeno e passei o maior tempo da minha vida dentro da barriga da mamãe, ainda estranho estar separado do corpo dela. Ela sabe que irei crescer tão rápido e por isso não me nega colo, carinho e muitos beijos.
Ela sabe que me sinto seguro com ela, que chorar e não me dar atenção fará eu me sentir ignorado e por isso ela me pega quando eu resmungo. Mamãe nunca deixará eu me sentir mal.
Tenho medo às vezes que ela precisa sair de perto de mim, eu preciso muito dela, quando eu crescer não serei mais tão dependente, mas hoje sou muito novo pra entender o que acontece aqui fora.
Quando de noite tenho cólicas, eu durmo na cama do papai e da mamãe, não melhora a minha dor, mas me sinto protegido.
Sou criado com apego, apego da mamãe e apego do papai.
Com certeza não lembrarei disso no futuro.
Mas tive colo quando pedi.
Tive atenção quando pedi.
E aproveitei o máximo todas as demonstrações de amor que eles puderam me dar.
E ser bebê é uma fase tão pequena da longa vida que terei.
Amo meus pais que me mimam.

 TaLiTa Silva de Oliveira

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Eu canto sempre pra minha filha assim: "Vou te encontrar na luz das estrelas, te refletir nas águas do mar. Quero ficar assim para sempre, porque pra mim a vida é te amar...". Amo mais que tudo.
Minha florzinha aprendeu algumas coisinhas nesses últimos dias: A gritar, a bater os pés na água do banho e a puxar a cordinha da cadeirinha da Fisher-price sem que eu estimule.
Quanto aos gritos, hoje acordei com dois amplificados pela babá eletrônica. (risos) Não há, para uma mãe, melhor jeito de acordar.
Sobre bater os pés na banheira eu acho que ainda vai piorar... (rsrs)
E sobre a cadeirinha eu acredito que foi um dinheirinho bem investido.
Bom, nesse momento ela está dormindo aqui em meu colo e estou imaginando colocar no berço e ela acordar... Hoje ela está tendo uma febrinha baixa mas estranha pois não tomou vacina. Alguns familiares do papai vieram nos visitar mas não estavam doentes. Mamãe preocupada, mas tendo fé de que papai do céu nos protegerá durante a noite.